Bebidas que matão
sem perdão
Essas bebidas que
sem querer me puxam.
Numa golada, um
minuto da minha vida se vai
Por pensar
naquilo que essas bebidas me tornam, uma lágrima cai
Sou um ser
desprezível, reduzido a nada por causa dessas bebidas.
Quando passo diante
de muitos olhos nem se quer me notam
Essa bebida sem
querer me arrasta para o fundo da cova
Me faz ser um ser
que nem eu reconheço
Clamo por ajuda,
mas ninguém me ouve
Sou uma voz sem
eco, um olhar sem esperança
Sou a morte
esperada de chegar
Sou o viajante
sem destino nessa terra de ardor onde o mais forte cai na cerveja e o mais
fraco na tentação da vida
A bebida me decompõe,
reduz a nada essa minha existência
Procuro um
culpado e não encontro. Só sei que estou cansado desta vida de amargura
Tenho um filho
sem pai e sem mãe. Sou um pai sem mulher e sem filho. A bebida me tirou tudo
Tanto falo de filho
como se não tivesse um
É um filho com
pai sem alma. Até vale a pena agora que ele tem esse meu corpo que lhe sustenta
a sua carne pois a minha alma já se foi. Ficou hipotecada ao diabo
Só espero o dia
chegar para me esvaziar deste corpo imundo inchado de bebidas
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