terça-feira, 3 de junho de 2014

O arroz da Polana Caniço




Uma vez li o seguinte: “o arroz que comemos nasce da lama. A gente nem imagina de onde ele sai, de lugares bem sujos e de mãos sujas ele é tratado. Entretanto, quando chega as nossas casas bem branco e cheiroso, não pensamos no processo que foi levado até que fosse produzido. Por outro lado, vejam o ouro que é tanto ostentado o seu brilho. As pessoas andam em todo o lado a lutar, a esforçar-se para ter qualquer objecto que brilhe como o ouro. Todavia, nunca imaginou de onde é que ele sai. Se é que alguma vez viram, foi através de um livro ou de uma tela de televisão.” Mas a verdade vos digo: ele sai do subsolo, da lama, da água suja e mãos sujas o extraem. Mas quando chega nas nossas mãos nem imaginamos o esforço empenhado até que ele pudesse ser extraído. Até fazemos juras de amor, mentimos, compramos e fazemos poemas com esse metal precioso.
Sei que podes estar a perguntar-se: mas qual é a ligação entre o que está a falar e o tema que nos propôs a ler? Calma, era para fazer-te entender um pouco o que acontece até o sol brilhar, até o arroz ser produzido, ate o ouro chegar as suas mãos. Isso para mim compara-se a visão do qua muitos tem do bairro da Polana Caniço. Elas associam este lugar ao consumo de drogas; onde tudo pode acontecer: desde assassinatos, assaltos; pobreza em todas vertentes: mental e material; crateras criadas por excesso de lixo na via pública, cheiro nauseabundo, mercados desorganizados; em fim, um bairro que não se aconselha a viverem. Os meus conterrâneos que me perdoem. Apesar de ser um vivente deste arraial, aqui só retrato o que os outros pensam através da minha visão de aspirante a escritor.
Depois de ter arrolado os males que infestam este bairro vizinho da sommerchilde, que contrasta com as casas majestosas que se carregam uma em cima da outra, de ruas bastante abertas e de árvores que se contam com as mãos dos dedos, quero falar do arroz da Polana Caniço. Acredito que muitos já me chamaram de boa pessoa, diferente (no bom sentido), humilde bastante enérgico, cheio de inspiração e bastante engraçado (Não que eu seja isso tudo, pois as pessoas as vezes exageram, nos bajulam, falam aquilo que queremos ouvir). Todavia, existe aquelas que falam com bastante sinceridade e preocupadas em nos ver crescer. Agora, o que as pessoas não param para pensar antes de falar de boca cheia que este é um bairro de moluenes ou guadjissa, é que há jovens que estão preocupados como eu em tornar o mundo um lugar melhor para se viver. Neste bairro vizinho do campus universitário há jovens que arriscam as suas vidas na manhã madrugadora de modo a se dirigir a faculdade para se tornarem pessoas cultas. Há jogadores de futebol e praticantes de vários desportos que sobre o sol intenso do dia-a-dia passam mensagens de não a violência, de paz aos seus treinados. Portanto, apesar do bairro ser lamacento, problemático. Por outro lado, há algumas pessoas especiais que se distinguem através do seu papel activo na solução dos problemas do bairro. Esse é o tal arroz da Polana Caniço que a gente só explora o emprega nos nossos postos de trabalho na nossa empresa ou organização e as vezes, esquecemos do seu lugar de proveniência.

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