Nem sei de onde começar. Entretanto, quando a pessoa assim fala, muitos
tem dito e aconselhado a começar do início. Ai está o ploblema, como
identificar o início num assunto que é bastante sensível que meche com o
coração de toda a gente?
Sem rodeios, a questão é a seguinte:
logicamente já deparou com alguém chocado com um acidente macabro e diz-
“Morreram muitas pessoas e o carro
estava cheio de coisas muito preciosas” O problema, reside ai mesmo.
Numa situação em que vidas humanas se perdem não há necessidade de ainda
pensar nos bens materiais que se desperdiçaram. O importante neste
momento é preocupar-se com as vidas perdidas e em como confortar o
coração daqueles que ficaram e sentem na pele a dor de perder um ente
querido.
Por outro lado, tem também daquelas situações em que a
pessoa chega e diz: “Aquela criança bonita morreu, era tão pequena!”.
Nestas condições as pessoas deviam preocupar-se igualmente com a vida
humana. Não importa se a pessoa era feia ou bonita. Qualquer vida é
preciosa. Ninguém merece morrer por causa da sua condição física. Uma
criança inocente não entra nesta questão de beleza ou feiura de
construção de mundo adulto. Todas crianças são consideradas anjos ou
anjas (o diga quem conhece o sexo dos anjos), por isso nenhuma delas
devia morrer em lugar da outra por conta dos traços físicos.
Por sua
vez, você encontra um irmão da igreja e passa-te a notícia triste de
falecimento de um outro irmão ou irmã da igreja: “A fulana morreu na
tarde de ontem” e tu perguntas “qual delas?”, e ele responde “A outra, a
mais forte. Depois é a que ia a igreja”. Nestas situações também não
entendo a razão de assim se falar. As pessoas preferem que morram
aqueles que não vão à igreja para que fiquem com aquelas que aumentam o
número nos seus templos. Neste ponto é mais preocupante ainda, porque
como bem sabemos, a igreja devia ser o lugar que alberga as almas
magoadas, os corações tristes. Entretanto, desenvolveu-se dentro das
mesmas o espirito gregário e separatista entre as pessoas. Aquelas que
não vão à igreja são consideradas indigentes e, portanto, merecem morrer
em lugar daquelas que vão a estes lugares. As pessoas não sabem que
existem muitas outras que vão a igreja, mas que se comportam como se não
fossem. Vão à igreja para esconder a sua imundice.
Em fim, são
situações que requerem algumas reflexões acerca das nossas actitudes,
acerca daquilo que gente fala. As pessoas deviam analisar em torno de si
o que vão pronunciar antes de sujar as suas bocas com tanto profano e
palavras indigentes.
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