segunda-feira, 14 de julho de 2014

Ninguém merece morrer

Nem sei de onde começar. Entretanto, quando a pessoa assim fala, muitos tem dito e aconselhado a começar do início. Ai está o ploblema, como identificar o início num assunto que é bastante sensível que meche com o coração de toda a gente?
Sem rodeios, a questão é a seguinte: logicamente já deparou com alguém chocado com um acidente macabro e diz- “Morreram muitas pessoas e o carro estava cheio de coisas muito preciosas” O problema, reside ai mesmo. Numa situação em que vidas humanas se perdem não há necessidade de ainda pensar nos bens materiais que se desperdiçaram. O importante neste momento é preocupar-se com as vidas perdidas e em como confortar o coração daqueles que ficaram e sentem na pele a dor de perder um ente querido.
Por outro lado, tem também daquelas situações em que a pessoa chega e diz: “Aquela criança bonita morreu, era tão pequena!”. Nestas condições as pessoas deviam preocupar-se igualmente com a vida humana. Não importa se a pessoa era feia ou bonita. Qualquer vida é preciosa. Ninguém merece morrer por causa da sua condição física. Uma criança inocente não entra nesta questão de beleza ou feiura de construção de mundo adulto. Todas crianças são consideradas anjos ou anjas (o diga quem conhece o sexo dos anjos), por isso nenhuma delas devia morrer em lugar da outra por conta dos traços físicos.
Por sua vez, você encontra um irmão da igreja e passa-te a notícia triste de falecimento de um outro irmão ou irmã da igreja: “A fulana morreu na tarde de ontem” e tu perguntas “qual delas?”, e ele responde “A outra, a mais forte. Depois é a que ia a igreja”. Nestas situações também não entendo a razão de assim se falar. As pessoas preferem que morram aqueles que não vão à igreja para que fiquem com aquelas que aumentam o número nos seus templos. Neste ponto é mais preocupante ainda, porque como bem sabemos, a igreja devia ser o lugar que alberga as almas magoadas, os corações tristes. Entretanto, desenvolveu-se dentro das mesmas o espirito gregário e separatista entre as pessoas. Aquelas que não vão à igreja são consideradas indigentes e, portanto, merecem morrer em lugar daquelas que vão a estes lugares. As pessoas não sabem que existem muitas outras que vão a igreja, mas que se comportam como se não fossem. Vão à igreja para esconder a sua imundice.
Em fim, são situações que requerem algumas reflexões acerca das nossas actitudes, acerca daquilo que gente fala. As pessoas deviam analisar em torno de si o que vão pronunciar antes de sujar as suas bocas com tanto profano e palavras indigentes.

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