
Para começar,
diria que cresci a saber que a religião não se mete com a política barata que
vem sendo promovida. Todavia, tem sido frequente nos nossos dias verificar
dirigentes políticos a pulularem as igrejas. Por vezes, dirigem os cultos e dão
comunhão aos crentes com as suas mãos imundas que almejam riqueza e luxúria.
Neste ponto, não vale a pena dizer muita coisa, basta olhar simplesmente a pré
campanha do Filipe Nyussi para os pleitos eleitoras de Outubro próximo. A
poucos dias assisti numa estação televisiva que ele visitava a IPM para poder
inspirar-se em como governar melhor. Será que os líderes religiosos têm
experiência suficiente para dar ao nosso candidato à presidência sobre a
governação da nação? Não há problemas suficientes nas igrejas para resolver do
que participar em pré campanhas? Nesta reflexão lembro da frase “A César o que
é de César” e “A Deus o que é de Deus”. Agora, eles querem aglutinar tudo.
Querem “dar o que é de César a César” e ainda por cima “dar o que é de Deus ao
César”.
Em segunda
instância, a igreja devia ser um factor de união entre as pessoas. Entretanto, temos
vindo a assistir irmãos de igrejas diferentes a trocar insultos, acusações e
calunias sobre algumas práticas religiosas. Estas diferenças são fomentadas
pelos dirigentes máximos que tem vindo a olhar para as outras igrejas como
concorrentes que lutam pelas almas dos crentes. Neste contexto o que importa
não é se o Fulano ou Beltrano pertence a esta ou aquela igreja, mas sim, que
vive como um crente e respeita o seu próximo como se respeita a si, da mesma
forma como vem nos dez mandamentos.
Por seu lugar,
vem a questão dos dízimos: Pelo que se sabe, deve tirar-se dez por cento do
rendimento de cada crente para oferecer à casa do senhor. No entanto, o que se
tem assistido é que as pessoas são exigidas até aquilo que não tem, tudo em
nome do senhor. Mas que no final do dia estamos a ver os dirigentes religiosos
a andarem de carros importados e de marcas bastante famosas, não bebem água da
torneira, mas sim mineral e vivem em casarões alugados. Por outro lado, os seus
crentes sofrem para desenrascar algo com que comer e através do medo são
coagidos a dar de tudo apesar do enfermo que passam, tudo na esperança de uma
vida melhor quando morrerem. Este assunto lembra o tempo do feudalismo quando a
população tinha que pagar tributo ao senhor feudal em busca de protecção.
Em suma, são
várias as questões que poderia arrolar no sentido de descrever o que acontece
com as igrejas hoje em dia, e, por outro lado, demonstrar a causa da minha
inquietação e portanto, a pergunta que se coloca: “Ainda vale à pena ir à
igreja?”
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