quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

ALMA PERDIDA


 
O meu corpo mergulha na solidão e afunda na tristeza

O que acontece comigo já mais aconteceu,
O dia para mim  é uma noite, e a noite é um fôlego para chorar

Não tenho direito de ser feliz, sou uma alma cegada no deserto.
O meu corpo fez, a minha alma sofre, tanto que já não sinto pena.
Já não sei o que é  pena, não sei o que é dor, não sei voltar atrás.

A minha vida é um pesadelo no inferno e ninguém chega para me acordar

Fui esquecido como agulha perdida no mar.

A Brasileira Agnes



Algumas pessoas surgem de uma forma espontânea e mexem com tudo o que há de mais profundo em nós. A gente, mergulha profundamente num sono milenar através das suas palavras que contagiam e mexem com a nossa estrutura.
Desvendamos segredos amargos e doces que adormecem em nossos corações como se essas pessoas fossem as guardiãs do portal da nossa alma. Estas, estão misturadas neste mundo trivial e insólito. São difíceis de se acharem pela simplicidade com que vivem e falam. Requer muita atenção da nossa parte para descobrir este tipo de gente.
Estas pessoas a que me refiro acendem a chama da nossa alma e enchem o nosso espírito de motivação para continuar a lutar contra os desafios que a vida prega.
Sabe, tive a inspiração de escrever estas pequenas linhas depois do termino do 1º dia da conferência de Gênero organizado pela Wlsa no hotel Vip, quando uma Brasileira da cor da nossa pele (negra) veio até a mim como se fosse um presente de aniversario quando a gente completa anos ou quando tem uma festa qualquer (imagino porque nunca tive uma). Ela chegou até mim, introduzindo-se simpaticamente como quem já me conhecia. Desde então, começamos a conversar de assuntos profundamente complexos que podem mexer com qualquer um. Até cheguei a tirar lágrimas por emoção.
Depois da conversa trocamos números, ela até disse aos seus colegas que tava apaixonada por mim. No bom sentido, como mãe. Espero que não tenham pensado em asneiras.
De repente, tive vontade de partilhar isso convosco e espero que sejam simpáticos uns com os outros, conhecidos ou desconhecidos, pobres ou ricos como esta pessoa que foi tão simpatia comigo.
O nome dela estará sempre estampado na minha mente e gravado na minha testa. Espero que no mundo se multipliquem mais pessoas igual a que conheci hoje e partilho convosco o nome dela: AGNESS

A morte


A brisa gelada assustadora levanta a pele, a mente miúda encolhe-se e o medo avassalador abocanha os sentidos.
 A morte vem como um eclipse que oculta o brilho do sol, dador de vida.
A morte suga as veias puxando os nervos, trazendo o medo.

Enrola e rebola na cama aflita na viagem eternal.
Os olhos espreitam o outro mundo onde a alma não quer chegar.
A morte vem silenciosa. Vem descalçada, disfarçada e despercebida arrancando a raiz da alma, deixando o choro para os vivos.
No silêncio noturno dança-se o grito dos choros, a música da morte.
Os andarilhos da noite. Destemidos se protegem do frio, do medo e do calor infernal que a morte inspira.
A morte chama os vivos, apaixonada eterna da vida.
A morte desconhece os mortos, apartados da vida
A agonia melancólica dura séculos. Dura a eternidade nos olhos de quem vai partir, visível nos olhos de quem fica para a próxima viagem.
Os vivos fingem  de mortos para ludibriar a morte sábia que destinge os mortos dos vivos.
A morte é mais velha que a terra, mais antiga que os segredos guardados nos sete mares.
A morte é o sonho dos suicidas frustrados, dos amores renegados, dos sonhos abortados, a ultima casa de todo o vivente.
A morte é a palavra dita. Maldita que ninguém quer mencionar.
A morte chama a todos, preparados e despreparados, gregos e romanos, ricos e humildes,  xingondos e machanganas.
A morte, toda gente vai morrer