terça-feira, 15 de novembro de 2016

Como Perder O Medo De Falar Em Público

Ao longo da vida, nalgum momento, precisamos nos comunicar e deixar ficar as nossas ideias para as outras pessoas. Pode ser para uma única pessoa ou para um grupo de pessoas. A este conjunto de pessoas ao qual nos dirigimos na hora da apresentação, chamamos de público ou de audiência. O público neste sentido, pode ser o grupo de amigos, familiares, colegas da turma e do serviço, até um grupo maior como a audiência de uma sala de conferência ou até uma legião que te espera assistir nas telas das suas televisões, sentados nas suas próprias casas. No entanto, muitas vezes, esta prática tem sido uma enorme dor de cabeça pela responsabilidade que carregamos. O que faz com que sintamos uma enorme ansiedade e medo de cometer um erro capital que manche a nossa carreira ao longo de toda a vida. 
No primeiro momento, quando contemplamos o olhar atento daqueles que nos esperam ouvir, parece que o coração está a dar saltos e a uma dada altura a de nos sair pela boca. Sentimos um resfriado no corpo. A mente nos bombeia com inúmeros questionamentos como, será que estou bem vestido? Será que me vão ouvir? O que vou falar é relevante? Não vou desmaiar na hora que estiver a falar? Nesse momento começamos a suar e a rogar para o tempo voltar atrás e não estar naquele lugar para fazer a tal apresentação. Então, este é o grande dilema que nos acomete sempre que nos dão oportunidade para uma palavra no encontro familiar, na rádio, na televisão, na reunião de trabalho, na igreja, até na sala de aulas. Portanto, reconhecendo que este é um problema constrangedor e que já encontrou a qualquer pessoa, vou partilhar neste texto, algumas estratégias que te podem ajudar nesta árdua tarefa de comunicar em público. Não é que seja um comunicólogo por excelência, mas a vontade de aprender e partilhar ideias é maior de tal forma que não poderia deixar de me dar a oportunidade de repartir o pouco de ideia que tenho.
Primeiro, em tudo que fazemos, temos de estar preparados para fazer a tal coisa. Preparar significa antecipar, antever o cenário que se espera no local da apresentação, o comportamento do público e as dúvidas que podem ser levantadas durante a apresentação. Agora, se é alguém que acumulou vários verões e invernos nesta prática de falar em público, pode se arriscar em ir sem se preparar. Mas lembre sempre: “É melhor prevenir do que remediar”. Por mais que o assunto seja do seu domínio, é aconselhável que se tenha alguma preparação porque cada público é um público, apesar de que vai partilhar o mesmo assunto. É necessário pesquisar sobre o que se vai apresentar. O que a literatura diz sobre o assunto, o que as pessoas falam deste assunto, por que é que é importante discuti-lo, para quem vai falar, qual é o nível de conhecimento que as pessoas tem sobre o assunto? Depois de pensar que domina a matéria por apresentar, é bom ensaiar com alguém mais próximo de ti, olhar-se no espelho e se auto avaliar.
No dia da exposição, se a sua apresentação vai ser de manhã, acorde cedo. Ensaie mais um pouco. Coma o que te agrada. Põe um sorriso no seu rosto e faça uma oração. Confiante de que tudo vai dar certo. Chegue cedo a sala da apresentação para se ambientar com o espaço e poder avaliar o teu público antes de se sentar. Observar quais são os mais activos, quais são os que te parecem trazer uma energia positiva. No começo da apresentação, faça um giro de olhos em todo o público para o desarmar e mostrar que o domina. Olha o que o leão faz com a sua presa para não escapar, controla-o através do olhar. Caso seja tímido para olhar no olho das pessoas, então fixe o olhar num ponto atrás da plateia. Ou, por outra, contemple somente aquela pessoa que tens mais intimidade com ela. Se for um amigo ou familiar melhor ainda.
Antes de mais, se és alguém que gosta de histórias, então conte uma história curta ou uma piada engraçada para descontrair um pouco e desanuviar a tensão que se cria nos primeiros momentos. Se não tiver nenhuma história, então lance um provérbio que tem a ver com o teu assunto. Seja sincero nas suas palavras. Se nalgum momento sentires medo, diga ao teu público que sentes medo. Quem iria querer se armar de esperto para uma pessoa humilde e inocente que reconhece o seu medo? Esta é uma das formas de desarmar a todos eles. Mesmo aquele que te queria montar uma pergunta de ratoeira se vai sentir desarmado. Comece a falar muito devagar e de forma pausada para que a boca e a mente estejam no mesmo compasso. Se notar que está nervoso, respire de forma suave e profunda. Conte de um a cinco no seu subconsciente. Mas atenção para não perder o foco da apresentação.
É importante evitar algumas gafes que normalmente acontecem no meio da apresentação. Usar expressões como o nem, aquilo ali, epa, e, entre outras palavras que repetidamente por engano são soltas nas apresentações. Atenção aos jargões, não são aconselhados. Usa uma linguagem formal, mas simples, de entendimento de todos. Afinal você é que conhece o assunto. Use uma boa tonalidade de voz para se apresentar. Não fale muito alto, nem muito baixo. Deve observar melhor o lugar onde está a apresentar. Se é um sítio aberto ou fechado, pois, isso tem implicância na forma como o público te vai ouvir. Outras salas provocam eco. Por isso, é preciso dar pausa em cada eco para que as pessoas te consigam ouvir. Caso o público, eufórico, bata palmas, é preciso dá-lo tempo. O mesmo deve acontecer quando na sala explode uma gargalhada. Evite pôr as mãos no bolso, roer unhas ou se esfregar as mãos para disfarçar o medo que sente. Não tente disfarçar nada. Seja você mesmo. Sincero. Domine o seu público. Se as pessoas estão ali, sentadas para te ouvir, é porque você é o entendido na matéria. Por isso, faça valer o teu conhecimento.
Organize o seu discurso de forma lógica e interligada. Na sua apresentação tenha uma introdução. Onde apresenta o que vai falar, de que materiais vais usar e, no caso de dúvidas, esclareça que as pessoas podem coloca-las durante a apresentação ou no final da mesma. Depois de introduzir o que vai falar ao seu público, desenvolva o seu assunto. Fale do que prometeu falar. Dê o suco. No fim, faça uma conclusão. Resuma em poucas palavras tudo o que falou desde o primeiro momento. Deixe algum ensinamento, pode ser em forma de provérbio ou uma outra palavra que vai deixar o público marcado com a sua apresentação. Afinal, todos os dias se conhece pessoas e muita das vezes o que fica na apresentação é o primeiro e o último momento. Não é por acaso que numa viagem, se faz festa no momento da chegada e na despedida.
Caso hajam dúvidas, esclareça-as com toda a sinceridade e humildade. Evite responder o que não sabe. Há um ditado que diz “a mentira tem pernas curtas”. Não queira ser desmascarado no último momento e estragar toda uma apresentação por causa de não ter sido humilde o suficiente para não aceitar que não sabe sobre um determinado assunto. Se for o caso de não saber sobre uma questão, prometa que vai investigar e no tempo oportuno vai trazer a resposta do que foi colocado. Faça também com que o público te ajude a responder algumas questões. Afinal eles te ouviram para aprender. E quem aprende deve apresentar o que se aprendeu para as outras pessoas. Mas também, esta será uma forma de avaliar a sua aceitação por parte do público para ver se aquilo que apresentou foi assimilado.
Em fim, em toda a apresentação é preciso estar preparado. Conhecer o público a que se dirige, o seu nível de conhecimento com relação ao assunto que vai apresentar. No dia da apresentação, seja pontual e saia de casa enquanto fez uma oração ou uma última preparação em frente do espelho. Tenha um contacto visual com o público. Evite meter as mãos no bolso e usar jargões. É preciso gesticular com as mãos e a cabeça. Não se apressar na fala para não tropeçar com as palavras.
Na verdade, são várias as dicas que poderia partilhar. Mas, contudo, a forma como compartilhar estas mesmas ideias é que me foi difícil perceber. Pois, sei que você é uma pessoa bastante atarefada e não tem tanto tempo para acompanhar textos longos. Mas este foi o resumo possível que fui capaz de fazer para um assunto que se configura um calcanhar de Aquiles nas nossas vidas. Pois, nalgum momento, vamos precisar de transmitir publicamente as nossas ideias, caso precisemos ser considerados profissionais qualificados ou pessoas que são socialmente aceites como contribuintes para o bem social. A não ser que sejamos animais que vivem nas cavernas e nunca se vão cruzar com pessoas. Mas para terminar mesmo, já diz um ditado sobejamente por todos nós conhecido, “não há uma pessoa tão sabia que não possa aprender, nem uma pessoa tão burra que não possa ensinar”.
Carpe diem.

O Risco de Brincar em Bandos na Juventude

O ser humano por excelência é um ser gregário. Isto é, precisa de se relacionar com os outros, criar laços de afecto e amizade para que não se sinta isolado do resto do mundo. Esta é uma necessidade tão importante quanto a necessidade que tem de respirar. Porque logo ao nascer, desde a tenra idade, a pessoa tem a sua família nuclear que a ensina a se relacionar e a lidar com os outros para ter certos benefícios necessários à própria condição humana como se alimentar, se agasalhar e receber amor dos seus pais.
Antes de avançar mais neste meu texto, é preciso clarificar alguns pontos para o entendimento do objectivo que me norteia no escrito. É fundamental perceber que se trata de uma opinião pessoal, fruto das vivências do dia-a-dia e da vontade que tenho de ajudar os outros jovens a saberem lidar com certas situações intrínsecas a fase da juventude e da adolescência que também passei ou que ainda estou a passar. Pois, a partir da adolescência, sentimos uma vontade enorme de reafirmar cada vez mais as nossas amizades, nos identificamos com um certo grupo do que o outro. No entanto, poucas vezes, conseguimos enxergar os riscos que existem de trás destes grupos, das brincadeiras feitas em bando. É preciso entender ainda que quando digo bando, me refiro a um grupo de pessoas. O mais prático neste sentido, seria falar de grupo do que de bando, porque que estou a tratar do ser humano. Normalmente, usa-se o termo “bando” quando falamos de outros animais. Entretanto, não encontrei outra forma para tornar o texto mais apetecível de se ler. Daí o titulo formulado daquela forma. Portanto, acredito que me vão compreender quando estiverem a ler.
Todavia, o que tenho verificado nos grupos de amigos ou nos bandos, dependendo da forma como queiramos tratar, é que há sempre um líder no seio deste, que comanda a todos. Este individuo que lidera o grupo, é tão carismático que todo o resto do grupo orbita nas suas ideias. A sua voz parece mais fácil de se ouvir. Não importa se está certo ou errado. Aliás, quando se está sob a liderança de uma pessoa carismática, parece que os outros membros do grupo deixam de pensar individualmente e passam a ter uma mentalidade colectiva. Isto acontece entre os amigos da infância, irmãos da igreja, colegas da escola e do trabalho, até mesmo dentro de casa, entre irmãos. Há sempre uma pessoa que parece que foi nascida para liderar ou outros. E, isso é muito bom quando o grupo se junta para coisas positivas como estudar em grupo, ir à igreja e, entre outras coisas que ajudam o mundo a se tornar um lugar melhor de se viver. No entanto, o que tenho visto, é que facilmente as pessoas se associam para o mal, e, basta uma única pessoa para contagiar o grupo a coisas que levam a perdição. Por exemplo, se aprende a fumar e a beber dentro de um grupo de amigos. Dentro de um bando, facilmente se faz programas para saídas às discotecas e outros locais de diversão que quando encontrão uma pessoa com menos orientação, facilmente se perde no álcool e perde a sua juventude.
Contudo, como já havia falado, não são apenas coisas negativas que se podem aprender quando se brinca em grupo. O grupo de amigos pode ajudar a enfrentar os problemas com menos sofrimento, na medida em que teremos várias pessoas para nos apoiar no caso de nos depararmos com certos desafios ao longo do trajecto das nossas vidas. Quando o grupo tem um líder com ideias positivas, influencia a todo o resto com atitudes construtivas que contribuem no desenvolvimento da personalidade dos outros membros. Portanto, não disse aqui que seria mau brincar em grupo ou em bando. Depende muito da nossa personalidade, da nossa capacidade de nos deixar influenciar e de influenciar os outros. A responsabilidade individual também é chamado a tona. Mas há que ter muita atenção para não se desviar para coisas negativas e perder de vista a sua vida. Seja líder de si e dos teus amigos em comportamentos que vão ajudar a humanidade a ser um lugar mais seguro de se viver.
Portanto, meu caro jovem e adolescente espero ter-te ajudado a melhorar a sua vida para melhor se orientar e se relacionar com os seus amigos. A não se deixar levar com ideias que em nada te vão valer no futuro.
É uma pena que o tempo não volta atrás
Que a lágrima embebida pelo chão não regressa ao olho que chora
A água do rio apenas conhece o caminho do oceano
Assim é o amor:
Uma vez desiludido, para sempre condenado
Nunca provoque a lágrima da pessoa que ama
Viva a vida ao dela como se fosse o ultimo dia das suas vidas
Não perca nem um minuto do seu tempo
A vida é curta e escapa como a folha que se precipita da árvore
O que fica são as lembranças vividas e as oportunidades perdidas
Valorize o tesouro que tens ao lado e se deixe iluminar pelo seu encanto
Cuide-o para que ninguém te tire

Madrugada em Maputo

O som da música corta o grito silencioso da madrugada 
As árvores abanadas pelo vento sussurram vozes que se infiltram por baixo da porta
A chapa da casa de banho do vizinho compete os seus gritos com os cães que uivam a quilómetros de distância querendo acasalar
As chapas do quarto rangem
De repente, um silêncio de cortar a alma
As entranhas se embrulham
Dou um gole de água e engolo o medo sossegado que me faz viajar nos pensamentos
Abro a porta de vagar, sinto o frio gelado me beijar a pele
As cegas vou a casa de banho dar uma mija e voltar ao quarto
Deixar a mente viajar e a poesia triste tecer
Como a casa de papel que se perde em meio ao vento feito palha
É Madrugada em Maputo
Madrugada de Sábado
Na minha tristeza triste afundo
E me deixo levar por este silêncio
Me assusto, ganho coragem
E continuo a escrever nesta madrugada de Maputo

Ilumine o Mundo

Da mesma forma que uma vela não perde o seu brilho acendendo a outra, também não perdes nada em ajudar o seu próximo. Além disso, uma sala iluminada apenas com uma vela tem menos luz do que uma sala iluminada com mais de uma vela. Por isso, não veja o seu papel como algo insignificante, tente ajudar as pessoas que te rodeiam com palavras positivas, encorajadoras e fortalecedoras de espírito. A sua existência nas pessoas que te conhecem vai valer a pena. O ar que tu respiras poderá justificar a vitalidade que faz o seu coração pulsar. O mundo vai tornar-se mais brioso e num lugar melhor de se viver.

Afinal em que vale ter o melhor carro do mundo, ter uma casa grande e comer tudo de bom, enquanto o seu próximo passa necessidades básicas? Em que a vida vale, se não é para contribuir pelo bem-estar social? O carro se estraga, a comida apodrece, a moda passa e o corpo morre. A única coisa que fica nas pessoas é a memória das suas boas acções. Sim, isso é eterno. E desafia todas as dimensões do tempo. Também já dizia o rei Salomão no livro de Eclesiásticas: Tudo nesta vida tem seu tempo e é passageiro. Hoje podes ter todos os bens matérias e uma saúde de ferro, mas ninguém conhece o dia do azar. Tudo pode acontecer. No leito do hospital, ou estatelado na estrada, na esquina entre a vida e a morte, te vais lembrar de tudo o quanto fizeste neste mundo, como um feixe de luz de uma fotografia. Vai rogar para que o tempo volte atrás e te possa ser dada a oportunidade de fazer tudo diferente. Infelizmente, a vida é uma escola com um único exame. São poucos os que tem uma segunda oportunidade como a Andressa Urich, que precisou morrer para viver, como conta no seu livro. Por outro lado, esses são os pensamentos que orbitavam na cabeça de um dos homens mais conhecidos no mundo da informática, o Steve Jobs. As suas últimas palavras mostravam o desapontamento em tudo o quanto tinha feito, pelo facto de pouco ter aproveitado do muito que tinha. Jobs quase chocou o mundo com palavras tão profundas, “Neste momento, estou na cama de hospital, lembrando toda a minha vida, e percebo que todos os elogios e riquezas de que estava tão orgulhoso. Tornaram-se insignificantes com a iminência da morte”- dizia na fase terminal, padecendo de cancer.
Não se desvie do seu caminho. Saiba que viemos a este mundo servir, e só nos será servido se soubemos servir com toda amabilidade e humildade. Escreva a sua história com uma caneta de ouro. Assine o seu nome de forma indelével no coração das pessoas, para que mesmo depois de morrer as suas boas acções continuem a acender o estopim do fogo da esperança no coração das pessoas. Do que morrer como se nunca tivesse vivido.
Para terminar, talvez mais um pouco das últimas palavras te façam bem. Espero que reflicta sobre elas e em tudo aquilo que está escrito neste texto:
“Só agora entendo, uma vez que você acumular dinheiro suficiente para o resto da sua vida, devemos seguir outros objectivos que não estão relacionados com o dinheiro. Deve ser algo mais importante:
Por exemplo, histórias de amor, arte, sonhos da infância... Ao não deixar de perseguir a riqueza, só pode converter uma pessoa em fracassado, assim como eu. – dizia Jobs
“Deus fez-nos de uma forma que possamos sentir amor no coração e não ilusões construídas pela fama ou dinheiro, como fiz em toda minha vida e não posso levar comigo.
Posso levar lembranças que o amor fortaleceu. Esta é a verdadeira riqueza que te acompanhará, lhe dará força e luz para ir em frente.
O amor pode viajar milhares de quilómetros e assim a vida não tem limites. Vá para onde queira á: Esforce-se para alcançar os seus objectivos. Tudo está no seu coração e nas suas mãos.”

Pensamentos soltos

Aqui na cidade de Maputo o dia não dorme
Vivalmas e forasteiros trilham o caminho desconhecido da noite
Um ir e vir sem parar
As barracas se encontram lotadas como se tratasse de formigas em seus casulos
Pessoas de origens e idades heterogeinadas partilham o mesmo espaço
São indivíduos que saem das suas casas para beber álcool
Mas o álcool é que lhes consome sem saber
Aqui na cidade de Maputo é assim mesmo, nada muda
Desde os tempos que são e os que foram é sempre assim
Assim eu vou para casa dormir
Com os olhos cansados, tristes de ver

Destapadas as estátuas da Praça da OMM – O que dizer?

Desde a manhã de ontem (29), as obras de arte que embelezam a Praça da OMM, em Maputo, encontram-se destapadas para a alegria dos citadinos que se fazem passar por aquela praça.
No entanto, há pequenas considerações a ter em conta. Quem for visitar a Praça da OMM ainda hoje, vai constatar que nem todas obras foram destapadas. A estátua principal, que está no centro da Praça foi destapa por alguns minutos, mas voltou-se a tapar. Portanto, posso dizer que me sinto felizardo parcialmente, porque fui capaz de vê-la por alguns minutos. Notei que na mesma estátua principal, nela está representada uma mulher grávida e com um filho a puxar pelo braço. Só espero que o filho que esta puxa, não tenha menos de dois anos. Porque a OMS recomenda o espaçamento de dois anos em cada criança que a mulher traz ao mundo.
Por outro lado, as estátuas de ferro que se encontram a volta da Praça mostram mulheres em variadas situações. Acredito que são moçambicanas de extensão e xikequeta (não sei traduzir). Umas com crianças no colo, enquanto estão carregadas de trouxas na cabeça. Diria que acertaram em evidenciar a realidade de muitas mulheres rurais e, até urbanas, sobretudo aquelas que vendem nos mercados. Mas, será que não podiam ter representado uma cena exemplar, que queremos construir para a nossa sociedade? Talvez mulheres sendo instruídas, mulheres de negócio ou no parlamento?
Os estudiosos costumam dizer que os monumentos são espaços onde se discutem ideias e onde se constrói a memória de um povo. Em suma, referem que é um espaço de consensos e divergências. Portanto, sou de opinião de que a representação daquelas estátuas é de mulheres sofridas e que desempenham apenas trabalhos reprodutivos. Se não fosse o caso, não teríamos mulheres com crianças no colo e carregadas de outros fardos.
Se representassem mulheres que desempenham outro tipo de actividade que não seja de cuidadora, isso mudaria a nossa forma de ver as mulheres. Porque as pessoas são formatadas a partir das representações sociais do meio que as circundam, dos papéis de género, será que as nossas meninas também não vão querer ser mães ou carregadoras de trouxas como as “mamanas” que vem representadas nas estátuas?
São assuntos por se pensar. Mas para já, estou feliz porque a nossa cidade ganhou um novo rosto com o destapamento das estátuas da Praça da OMM.

PAIS: ATENÇÃO AOS PROGRAMAS TELEVISIVOS INFANTIS

Há quem diga que nos últimos dias tenho estado sob ataque de uma crise qualquer, criticando a todos e a tudo que aparece pela frente. Quem assim pensar, pode ter alguma razão. Pois, é minha forma de ser. Me caracterizo pela inconformidade com relação as vicissitudes actuais que avassalam a nossa sociedade. E, por isso, sempre que posso, reservo algum espaço do meu exíguo tempo para tecer uma crítica social e publicar nos vários meios de comunicação electrónico a que estou inserido.
Desta vez, venho chamar atenção aos pais para que prestem atenção aos programas que são acompanhados pelas suas crianças, ao mesmo tempo que aproveito para contestar contra as televisões nacionais que tem demonstrado pouca preocupação em produzir programas infantis que visam entreter as nossas crianças com conteúdos nacionais, ao mesmo tempo que as educa para que possam crescer saudáveis e desenvolver um espírito patriótico. Por outro lado, particularmente, sinto-me desapontado pelo facto de que os poucos programas existentes direccionados aos petizes, pouco ajudam para a sua educação, se não para incentivar o seu crescimento precoce. Ora vejamos, por exemplo, falando da música que é a componente que considero mais problemática nestes programas, vão notar que as músicas que são passadas, não são apropriadas à esta faixa etária pela mensagem obscena que apresentam e a grotesca que tratam o corpo da mulher.
Tem sido normal um pai ou mãe decidir dedicar um pouco do seu tempo ao lado da família, assistindo algum programa nacional enquanto conversa com as crianças. No entanto, vai sentir-se obrigado a mudar de canal pelo facto de que o que vai assistir ao lado da pequenada são outras crianças dançando música adulta e gesticulando cenas de sexo explícito, mexendo o corpo como se estivesse num acto sexual (perdoem tamanha intromissão). Não vou falar de nenhum programa específico para não precipitar uma avaliação preconceituosa. É preciso que os pais (quando digo pais, falo do pai e da mãe, convenhamos que se vai entender dessa forma) sejam mais selectivos no tipo de programa que acompanham com as suas crianças para que não contribuam para a depravação social.
Canções que dizem "mexe assim", ou "me pega daqui, me pega dali" e "dog style", no meu entender não deviam fazer parte do repertório de um programa infantil. Porque mechem com o imaginário destas e das pessoas adultas. Como teria dito no que concerne as televisões, que não iria fazer menção a nenhuma delas, também não me vou direccionar a nenhuma musica e nem a um cantor (cantante) específico. É daquelas situações que se diz, “não dê o peixe ao homem, ensine-lhe a pescar”. É verdade que aqui não se trata de pesca, mas sim, dar início a um debate onde cada um vai tirar as suas próprias conclusões e definir o que fazer daqui para frente de modo a não perigar as suas crianças com conteúdos musicais e programas impróprios para as suas idades.
Alias, podemos até culpar as estações televisivas, enquanto elas também são vítimas da depravação social dos últimos tempos. Onde a televisão é posta ao serviço dos grandes magnatas que só estão preocupados em criar uma legião de consumidores despidos de humanidade e valores morais. Os artistas, destes nem vale a pena deles falar. Muitos destes apenas, também estão preocupados em fazer dinheiro, como resultado deste capitalismo selvagem.
Portanto, caso se queira ter alternativa de música para as nossas crianças, teríamos de recorrer a músicas estrangeiras, como as brasileiras que cantam "brincadeiras da roda", a história da "Aranha desobediente" ou ainda o "Sapo que vive no lago, mas que não lava o pé". Para mim, é isso que devia atiçar o imaginário das crianças e não estes "estilo xa bob". É verdade, que essa prática de recorrer a música estrangeira não ajuda para a consolidação do sentido de pertença a moçambicanidade que também transmite os seus valores culturais através da música. Mas é daquelas situações que se pode preferir um mal menor para as gerações futuras do que uma nação inteira com adultos sem referência.
Para já, dispenso-me com votos de um bom final de semana. Que aproveitem o vosso precioso tempo para passar ao lado das vossas crianças, educando e aprendendo através delas. Pois, desta forma contribuem para a construção de pilares que vão sustentar o tecido social que faz o teto deste vasto Moçambique.

1990: Memórias de uma Década De Fome

A situação que o país atravessa neste momento, me faz voltar no tempo e resgatar as memórias de um passado sofrido que estava bem guardado nas gavetas da lembrança. Os problemas que afligiam o país naquela época, no início e durante a década de 1990, não diferem muito do que hoje se vive. Na verdade, a única diferença notória é que naquela época saiamos de um contexto de pós guerra, originado do “cachimbo da paz” fumado em Roma, entre o governo e a Renamo em 1992.
Em geral, na década de 1990, a vida era bastante difícil em Maputo. Havia carência de produtos básicos nos mercados, incluindo a própria roupa. Consumir arroz era luxo. Por isso, o pouco arroz que encontrávamos era normal apanhar anzóis e outros metais enferrujados na panela. No entanto, o produto que mais abundava nos mercados, antes do arroz, era o milho. Vendido a canecas. Depois de comprado, homens e mulheres o pilavam e moíam para poder sobrevir. As famílias que tinham condições razoáveis, depois de pilar, o mandavam para as moageiras, poupando a energia braçal reduzida com a fome.
O outro produto que também abundava, contrastando com a falta de arroz, era a farinha de milho amarela. Quem nasceu nos finais da década 80 a princípios de 90, indubitavelmente, conheceu a papa amarela que era muitas vezes acompanhada com repolho. Alias, o repolho é outro conhecido nosso que não me posso dar o luxo de esquecer. Este aliado, socorreu-nos bastante para matar a fome. Algumas vezes, não precisava de acompanhante. Sozinho tomava a conta do recado.
(Continua)

INSPIRAÇÃO

Reprima todo o sofrimento e se concentre no que é positivo. Não lute para tapar as cicatrizes do teu passado sofrido, elas são a lembrança da experiencia acumulada. É como a trilha do forasteiro que descobre a sua própria vereda, não a apaga para saber o caminho de volta.
Caminhe confiante de que tudo vai dar certo no final. Pois, já diz o adágio popular, “tudo que começa bem, termina bem, se não esta bem é porque ainda não acabou.” Portanto, a sua existência neste mundo é algo divino, bondoso. Há um plano maior para a sua vida. Mais do que tu imaginas.
Todo o universo conspira a teu favor. Não contrarie as forças da natureza. Tire tudo de negativo do teu coração, aquilo que aflige os teus pensamentos. Abrace a felicidade que te aguarda junto da sua família e veja o quão a vida pode ser misericordiosa.
Pare de se lamuriar, se raspando pelas paredes da lamentação, você não precisa de nenhum favor. Há pessoas que estão numa situação pior que a tua. Não brinque com a sorte. Enxugue as lágrimas e se apronte para a batalha. Vencedor!
(pode continuar)