quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

A morte


A brisa gelada assustadora levanta a pele, a mente miúda encolhe-se e o medo avassalador abocanha os sentidos.
 A morte vem como um eclipse que oculta o brilho do sol, dador de vida.
A morte suga as veias puxando os nervos, trazendo o medo.

Enrola e rebola na cama aflita na viagem eternal.
Os olhos espreitam o outro mundo onde a alma não quer chegar.
A morte vem silenciosa. Vem descalçada, disfarçada e despercebida arrancando a raiz da alma, deixando o choro para os vivos.
No silêncio noturno dança-se o grito dos choros, a música da morte.
Os andarilhos da noite. Destemidos se protegem do frio, do medo e do calor infernal que a morte inspira.
A morte chama os vivos, apaixonada eterna da vida.
A morte desconhece os mortos, apartados da vida
A agonia melancólica dura séculos. Dura a eternidade nos olhos de quem vai partir, visível nos olhos de quem fica para a próxima viagem.
Os vivos fingem  de mortos para ludibriar a morte sábia que destinge os mortos dos vivos.
A morte é mais velha que a terra, mais antiga que os segredos guardados nos sete mares.
A morte é o sonho dos suicidas frustrados, dos amores renegados, dos sonhos abortados, a ultima casa de todo o vivente.
A morte é a palavra dita. Maldita que ninguém quer mencionar.
A morte chama a todos, preparados e despreparados, gregos e romanos, ricos e humildes,  xingondos e machanganas.
A morte, toda gente vai morrer

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