sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Falo com o cão


Não falo com o dono do cão, ma sim, com o próprio cão. Os cães também se comunicam. Que mania é essa de vocês humanos dizerem que são melhores do que nós?
No fim do dia se violentam, se matam e se contrariam. Quem é melhor agora?
São gananciosos, possessivos, orgulhos e sem pena. Que espécie tao ínfima!
Se acham superiores na escala da evolução, enquanto por outro lado, outros da vossa espécie morrem sem assistência apesar da tecnologia que possuem. Usam o vosso conhecimento e tecnologia apenas para produzir bombas e fomentarem guerras
Andam a saquear o planeta, pondo em perigo toda a espécie vivente por conta da vossa ganancia e arrogância desmedida.
Que espécie ínfima e insignificante, vizinhos dos símios.
Hu, hu, hu. Não falo com o dono do cão, mas sim, com o próprio cão.

Tive um sonho consigo


Ontem sonhei consigo, foi um momento maravilhoso. Confundia-se com a realidade. Estávamos a caminhar, voltando de algum lugar. Não sei de onde. Era como se fosse aquele dia onde fomos ao talho. Acredito que ainda te lembras dessa data, no final do ano. Ninguém pode esquecer um dos melhores momentos que passou com a pessoa cujo nome esta talhado no seu coração de forma indelével. Daquela pessoa que a mente não quer esquecer, que o corpo quer tocar por mais que seja pela ultima vez. Talvez na próxima reencarnação teremos a possibilidade de estarmos juntos se isso fosse possível. Pena que o destino nem sempre responde aos nossos anseios. Por isso, vagueio no vazio da minha existência para ver se te reencontro num encontro eternal.
Não queria acordar por nada. Desejava permanecer embebedado no sono profundo, daqueles que levam ao paraíso guardado no coração dos homens e das mulheres. No sonho atirávamo-nos com areia branca cristalizada parece de praia. Daquelas praias limpas onde a imundice dos sem alma ainda não tocou. Apertava fortemente a sua mão com medo de acordar e consigo não estar. Um rio de lagrimas cria-se no canto esquerdo do olho, escorrendo o rosto tristonho até desvanecer nos lenções brancos do quarto que cobrem esse corpo viajante quando recordo daquele sonho que não se pode materializar. A vida sem ti é triste, sem cor, vazia e dorida.
Sei que as lagrimas não vão fazer o tempo voltar atrás. Por isso, me quero perder nesse vazio do mundo real fingindo de vivo, me camuflar nessa inexistência. Talvez um dia o sol volte a brilhar, o vento traga a poeira e essa combinação traga a chuva para lavar a tristeza que me manieta desde a última vez que nos vimos. O meu âmago está magoado porque o sonho não pode ser real, desvanece em meio ao sol tanto como a magia desaparece quando o rosto escuro da noite dá luz ao dia.

A partida


Meu corpo parte para um destino certo
Meu coração para um destino incerto
Vou sem olhar atrás para que não veja as suas lágrimas minguando
Cruzarei terras e mares
Doutro lado do mar vou respirar novos ares

Meus pés trémulos e minhas mãos desajeitadas não sabem esconder a agonia que me abocanha
Parto com a esperança de novo voltar
Levo comigo aquele seu vestido dourado com cheiro de borboletas
Vou cheira-lo quando a solidão me avassalar
Com os olhos da imaginação te recriar
Por favor não chore
Desta forma partes meu coração sozinho
Que come este triste caminho
Abrace-me fortemente e deixe o ar da sua boca em mim entranhar
Não te preocupes o seu nome está gravado no meu peito
Vou recita-lo todas as manhãs
Logo ao acordar farei um pacto com o vento:
Embalar um beijo doce melado e entrega-lo.
Se sentir a janela rangendo de manhã!
A Mantenha aberta. É o meu beijo que vem a ti guiado pelo vento
Tento me segurar, mas vejo que é ingénuo
Capitulo para o amor
Esse ser estranho que me traz tanta dor
Sinto em mim um grande ardor
Um calor que sai das fornalhas das minhas entranhas
O coração se precipita
Vou me segurar para não cair
Nessa combinação de calor e frio um charco de lágrimas em terno do meu olho direito começa a se criar
Uma lágrima precipita-se e começa a gotejar
Parto para outro lado do indico com a esperança de um dia voltar

Uma aulinha sobre sexualidade

Para o gozo pleno do prazer sexual de um casal, é preciso que haja mais intimidade entre os dois. O diálogo é o que mais conta acima de tudo. O homem deve criar espaço para que a sua parceira diga em que posição se sente mais confortável e quais são as partes mais sensíveis, onde quando é tocada se sente perdida, “nas nuvens” como se tem dito. A mesma dica serve para o homem, é preciso que este saiba ouvir a sua esposa ou parceira, que não se admire quando esta quiser experimentar novas posições. Isso ajuda a tornar o acto mais prazeroso. Não significa, porém, como alguns homens dizem que esta aprendeu com “outro”. Há muitos filmes, revistas e outros recursos ao redor que ajudam a manter as pessoas informadas sobre o “gozo pleno da sexualidade”.
Importa ainda perceber que o auge de uma relação não é simplesmente o sexo ou a penetração. Existem muitas outras coisas que deixam a relação mais saudável. O sexo pode ser complementar mas não um fim. O importante é que haja amor, cumplicidade, harmonia e entendimento acima de tudo. O beijo, as caricias, os olhares também podem ser mais intensos e penetrantes que a própria penetração (passe a redundância) propriamente dita.
Na verdade, há muito do pouco que aprendemos ou quase que não aprendemos sobre este assunto. Ainda é um tabu falar da sexualidade dentro da nossa sociedade. Entretanto, este facto, faz com que a gente não explore as potencialidades deste acto. É preciso que a gente leia mais, investigue e partilhe os conhecimentos desta área isso fará com que mais pessoas que nunca atingiram o orgasmo possam perceber o que é isso.
Já estou indo longe. Hoje fico por aqui. Era um cheirinho daquilo acho que devíamos começar a pesquisar e a explorar já que a natureza nos conferiu as ferramentas básicas que precisamos para nos conhecermos melhor e nós satisfazermos como sujeitos que merecem uma vida bem vivida!

quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Os voos da minha infância



Nas tardes, no quintal da minha casa de caniço brincava de voar. Sobre a relva rica e verde sonhava com a vida de adulto que um dia me tornaria. Não sabia que aquela magia ia desvanecer em meio ao sofrimento. Lembro que uma certa tarde, sem que ninguém me visse, abri as mãos, senti o vento me entranhar e me deixei elevar. Dei giros e giros fugindo do chão. Me senti feliz, realizado. Não queria sentir mais outra coisa fora aquela sensação sumptuosa de voar.
O tempo passou, deixei de acreditar, de sonhar e de voar. Os dias tornaram- se negros e as noites mais escuras e tenebrosas. Todos pesadelos chegaram com o seu fardo pesado. Nos dias que correm, já não existe aquela relva verde na qual pisava e voava. No seu lugar uma casa ergueu-se e tampou a energia e a magia que aquela terra me transmitia.
As vezes quando a solidão chega e me avassala, tranco-me no quarto e medito, volto ao passado. Naquele tempo onde tudo era possível.
Quando saio a rua não me canso de contar essa mesma estória. Vejo nos olhos das pessoas com as almas cegas que não acreditam no meu conto, elas descontam as minhas palavras. Mas nem com isso deixo de lembrar da minha inocente infância quando voava sobre o quintal da minha casa.