terça-feira, 15 de julho de 2014

Passeio nas bibliotecas da infância



Desde pequeno, gostei de ler um livro. Tenho acreditado no proverbio que diz “ler um conto aumenta um ponto”. Quando era criança meu pai comprava livrinhos infantis, cheios de crucigramas e fabulas. O bicho foi pegando. Como naquela fase, na escola primária onde estudava não tinha livros, limitava-me as vezes em ler jornais que ele trazia nas tardes. O tempo passou e eu cresci um pouco. Agora lembro do ditado que diz: ”é de pequeno que se torce o pepino”. Me torci sozinho.
A tocha havia pegado fogo. Portanto, quando cheguei na adolescência e ingressei na secundaria, lembro que na minha escola havia uma biblioteca. Nela tinha muitos livros perfilados entre grandes estantes, havia histórias em quadrinhos e fabulas e tinha também alguns livros didáticos. Lembro de ter lido “Conan e os Bárbaros”, “A rainha Cleópatra” e ”Capitão Planeta”. Nos intervalos maiores ou nos dias em que tivéssemos borlas ou que o professor faltasse na escola, fugia dos meus amigos e ia esconder- me na biblioteca, já que eles as vezes não ajudavam em nada para alem de incomodar com o seu barrulho. Mergulhava nos livros e só despertava quando o sol começasse a soneca ou quando as estrelas uma a uma iniciassem a espreitar de longe. No final do dia, as vezes, quando esquecia-me que não estava em casa a senhora da biblioteca desligava a tomada da minha mente daqueles livros dizendo: ”estamos para fechar, vás de acabar a sua historinha amanhã”. Dai, rumava para casa na companhia daquelas personagens reconhecidas nos textos. Hoje muito tempo passado, olho para atras e lembro daquele tempo. Uma tristeza me abala quando vejo a realidade das nossas crianças. No lugar dos livros, surgiram as pistolinhas, as farinhas e outros glossemas que só trazem obesidade mental que de nada favorece aos nossos petizes.
Que infância eu tive!

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