quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Sonho mortal


Acordei suado, os pés trêmulos, os dentes rangendo.
Saí da cama, abri a janela, bebi um copo de água.

Voltei para o quarto, sentei na cama, liguei a televisão. voltei a sonhar.
 No sonho me encontrava sozinho num deserto de mortos, num calor infernal.
As minhas entranhas amarravam-se.
Um medo avassalador me abocanhou, continuei sonhando, acordei do sonho.
Suspirei e tentei me esforçar para esquecer o que tinha sonhado, foi uma tentativa frustrada.
O meu âmago ressentia-se daquele mau e triste sonho.

Finalmente acordei para a realidade, era como se tivesse a sonhar.
O sonho a confundir-se com a realidade.

Fingi que estava bem até ao momento que saí a rua.
Vi mortos, zumbis da realidade caminhando e se embebedando em pleno dia.
Caminhei ruas vestidas de vergonha, despidas de respeito.

Pais e filhos brigando, marido e esposa lutando e se espancando, irmãos se rasgando as roupas, vizinhos trocando insultos baratos vendidos a custo zero.
Senti-me de luto, perdi a essência da minha existência.
Por momentos acreditei que tudo era um sonho, que ia mudar.

Tola imaginação que me prende a esse sonho.



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