segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Me deixe sossegado

Por favor, não ligue a lâmpada. Quero no escuro ficar.
Desligue a rádio, a televisão e o telefone. Este é o momento da minha mente meditar.
Ouvir a natureza noturna cantar.
O som da cigarra escutar.


Não feche a porta, a deixe semi aberta para o vento entrar
Vozes de lugares distantes trazer
Sentir o ranger das janelas, dos barrotes e das chapas enquanto me embalo na minha louca viagem
Não me incómoda, não me chame louco
Este é o momento do meu eu, conversar com outro eu, que de mim se esconde
Não me negue esse sossego que não encontro nesta vida de desassossego
Quando saio à rua e contemplo rosto mascarados
De gente indigente, vestida de gente
Que tiro deste meu mundo em que viajo neste barco da imaginação
Os gatos da casa ao lado correm no meu teto
A porta aos poucos se abre e bati violentamente no aro
Os mosquitos fazem festa neste corpo nu, vestido de pele que a terra vai comer como destino que encontra todos homens
Nem com isso deixo de mergulhar neste oceano imaginário
Terra distante
Sonho radiante

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