terça-feira, 2 de fevereiro de 2016

VOU ENCHER A PEQUENADA DE BOLACHAs

Depois da ansiedade do trabalho que tive, que me tirou sono de todo o dia de ontem, hoje quero sair do serviço. Comprar umas bolachinhas para a minha filha e para as minhas sobrinhas. A minha filha, logo que me ver, a de começar a se agitar e a se esforçar, falando palavras mudas que só tem sentido nos ouvidos de um pai presente e empenhado em ver crescer de forma saudável a sua pequena filha. Enquanto isso, as minhas sobrinhas, um pouco crescidinhas, também virão a correr aos braços do tio amado. “Será que há alegria que supere isso?” – Já vou me respondendo - “nunca existiu em nenhuma parte do mundo”. A minha sobrinha Boromir, a mais nova, vai ter a ousadia de me perguntar:- Tio Godofrodo, o que é isso?E eu, porque não gosto de facilitar, vou fazer a mesma questão de sempre:- Adivinha, se não adivinhar não te vou dar o que trago – Mas que é uma pura mentira, pois, como sempre no final, mesmo ela não tendo adivinhado irei dizer – Toma, estava a brincar consigo - e, nesse momento, irei a levar ao colo como faço com a minha filha pequena.Da minha sobrinha, Faramir, pouco posso falar. Pois, inteligente que é, apenas vai ficar de longe, cogitando, como quem no silêncio diz “este meu tio, tolo, ainda pensa que sou criança”. Para não me deixar sem graça, no final de tudo vai rasgar um sorriso enorme retribuindo a gratidão e o amor que tento ensinar a elas.Portanto, não tenho nada a reclamar da vida. Posso me considerar um pai, tio e homem feliz, apesar das adversidades que a vida as vezes impõe. Tenho a minha família, tenho o meu tesouro. Por isso vou já passar daquela esquina e encher as mãos de bolachas.

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