terça-feira, 15 de novembro de 2016

Madrugada em Maputo

O som da música corta o grito silencioso da madrugada 
As árvores abanadas pelo vento sussurram vozes que se infiltram por baixo da porta
A chapa da casa de banho do vizinho compete os seus gritos com os cães que uivam a quilómetros de distância querendo acasalar
As chapas do quarto rangem
De repente, um silêncio de cortar a alma
As entranhas se embrulham
Dou um gole de água e engolo o medo sossegado que me faz viajar nos pensamentos
Abro a porta de vagar, sinto o frio gelado me beijar a pele
As cegas vou a casa de banho dar uma mija e voltar ao quarto
Deixar a mente viajar e a poesia triste tecer
Como a casa de papel que se perde em meio ao vento feito palha
É Madrugada em Maputo
Madrugada de Sábado
Na minha tristeza triste afundo
E me deixo levar por este silêncio
Me assusto, ganho coragem
E continuo a escrever nesta madrugada de Maputo

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