terça-feira, 24 de junho de 2014

Bebidas



Bebidas que matão sem perdão
Essas bebidas que sem querer me puxam.
Numa golada, um minuto da minha vida se vai
Por pensar naquilo que essas bebidas me tornam, uma lágrima cai
Sou um ser desprezível, reduzido a nada por causa dessas bebidas.

Quando passo diante de muitos olhos nem se quer me notam
Essa bebida sem querer me arrasta para o fundo da cova
Me faz ser um ser que nem eu reconheço
Clamo por ajuda, mas ninguém me ouve
Sou uma voz sem eco, um olhar sem esperança
Sou a morte esperada de chegar
Sou o viajante sem destino nessa terra de ardor onde o mais forte cai na cerveja e o mais fraco na tentação da vida
A bebida me decompõe, reduz a nada essa minha existência
Procuro um culpado e não encontro. Só sei que estou cansado desta vida de amargura
Tenho um filho sem pai e sem mãe. Sou um pai sem mulher e sem filho. A bebida me tirou tudo
Tanto falo de filho como se não tivesse um
É um filho com pai sem alma. Até vale a pena agora que ele tem esse meu corpo que lhe sustenta a sua carne pois a minha alma já se foi. Ficou hipotecada ao diabo
Só espero o dia chegar para me esvaziar deste corpo imundo inchado de bebidas

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